O saneamento é serviço público mais básico, considerando que ele tem transversalidade com praticamente todos os objetivos de desenvolvimento sustentáveis”, disse Luana Pretto, presidente Executiva do Instituto Trata Brasil, ao abrir sua palestra durante o XX SINAOP, nesta terça-feira (12). A apresentação integrou o painel “Saneamento”, que faz referência a um dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas: o ODS 6.

De acordo com Luana, 84,2% da população brasileira tem acesso a água tratada, o que significa dizer que 33 milhões de brasileiros não tem. E mais: 40,3% dessa água – o equivalente a 7,8 mil piscinas olímpicas de água potável – se perde todos os dias, antes mesmo de chegar nas residências. “A quantidade de água perdida seria suficiente para abastecer 66 milhões de brasileiros em um ano, ou 13 milhões de pessoas que habitam as favelas por três anos”, informou e acrescentou: “Não bastasse o desperdício de água limpa: 5.522 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza todos os dias”.

Uma urgência climática ainda pode aumentar em 70% a demanda de consumo humano de água potável até 2024: o acréscimo de 1° C na atmosfera. “Julho de 2023 foi o mais quente já registrado no Brasil desde 1961: temperatura média de 22,97° C”.

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Luana é engenheira civil (UFSC), com mestrado na área de Análise Multicritério (UFSC) e pós-graduada em Gestão de Projetos (FGV). Atuou na concessionária estadual de saneamento básico de Santa Catarina (CASAN), como diretora de Relações Institucionais e Governamentais da ASFAMAS (Fabricantes de Materiais para Saneamento) e como presidente da Empresa Pública municipal de saneamento básico Companhia Águas de Joinville.