Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas

“Gestão Integrada de Resíduos Sólidos” foi o tema da apresentação do diretor presidente da Abrelpe

Destaques, Notícias

A palestra “Gestão Integrada de Resíduos Sólidos: do modelo que temos ao modelo que queremos” foi ministrada, nesta segunda-feira (24), pelo diretor presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Carlos Roberto Vieira da Silva Filho, durante a realização do ENAOP 2022. A apresentação abriu os debates do segundo painel do evento, sobre resíduos sólidos urbanos, que foi mediado pelo diretor Financeiro do Ibraop, Alysson Mattje.

Carlos Roberto lembrou aos participantes do evento que todos geramos resíduos sólidos todos os dias e que o número de pessoas que habitam o planeta só aumenta, ano após ano. “A forma como estamos fazendo a gestão desses resíduos está nos levando para um ponto sem retorno. Se não mudarmos, teremos graves problemas de meio ambiente, de saúde púbica e de qualidade de vida nas cidades”, observou e completou: “A atividade humana está alterando as estruturas físicas e geológicas do planeta”.

Ele apresentou dados publicados no livro “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil”, publicado todos os anos pela Abrelpe. De acordo com a edição de 2021, o Brasil gera 82 milhões e 500 mil toneladas de lixo por ano, sendo 92% desse resíduo coletado.

“Um em cada 12 brasileiros não tem coleta regular na porta de casa e esse nem é o maior problema, vez que apenas 60% dos resíduos coletados foram descartados adequadamente, em aterros sanitários. 30 milhões de toneladas tiveram uma destinação final inadequada. Dois milhões de toneladas acabam nos rios e oceanos”, informou.

O diretor da Abrelpe seguiu apresentando os impactos negativos dos lixões. Segundo ele, mais de 77 milhões de brasileiros sofrem problemas de saúde causados pelo descarte inadequado de resíduos: um custo de saúde e ambiental estimado em um bilhão de dólares por ano, sem contar outros 14 bilhões desperdiçados pela não reciclagem.

E por falar em custo, Carlos Roberto calculou que, se cada um dos habitantes do Brasil investisse R$10,75 por mês ou 35 centavos por dia, teríamos o suficiente para pagar por todos os serviços de limpeza urbana necessários, como coleta, varrição, transbordo, destino final, manutenção de parques e praças, limpeza de feiras livres, poda e capina, por exemplo.

Os princípios para a prestação dos serviços de saneamento abrangidos pelo Novo Marco Legal do Saneamento Básico, bem como as metas do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, também foram citados pelo palestrante como exemplo de pilares para o avanço.

“Não precisamos de mais leis ou normas: o que temos já é o suficiente para alcançar a universalização da prestação básica desse serviço essencial. Isso trará mais qualidade de vida e melhorias na saúde das pessoas, além de contribuir para a preservação dos recursos naturais, a mitigação das mudanças climáticas e geração de emprego e renda”, disse ao concluir sua fala. “Não fazer políticas públicas para as pessoas e, sim, com as pessoas: esse é nosso lema”.

Confira AQUI a íntegra da apresentação!

Back to Top