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Brasil continua com resultado ruim no principal índice de corrupção do mundo

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O Índice de Percepção da Corrupção (IPC), lançado no dia 31 de janeiro pela Transparência Internacional, mostra que o Brasil teve uma década perdida no combate à corrupção, caindo cinco pontos e 25 posições no ranking desde 2012.

Em uma escala de 0 a 100, o país alcançou apenas 38 pontos, mesma nota obtida nas duas edições anteriores do índice. Apesar da nota inalterada, o país passou da 96a para a 94a colocação, entre os 180 países e territórios avaliados – isto ocorre pela piora da nota de outros países.

O Brasil ficou empatado com Argentina, Etiópia, Marrocos e Tanzânia. A série histórica do IPC mostra que o Brasil teve uma década perdida no combate à corrupção. No período que vai de 2012 a 2022, o país perdeu 5 pontos e caiu 25 posições no ranking, caindo da 69ª para a 94ª colocação. O resultado reflete a incapacidade de enfrentamento da corrupção no Brasil pelo desmanche acelerado dos marcos legais e institucionais anticorrupção que o país havia levado décadas para construir.

O IPC 2022 coloca o país, mais uma vez, abaixo da média global (de 43 pontos), da média dos BRICS (39 pontos), da média regional para a América Latina e o Caribe (43 pontos) e, ainda mais distante, da média dos países do G20 (53 pontos) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE (66 pontos).

As melhores notas foram atribuídas a Dinamarca (90 pontos), Finlândia e Nova Zelândia (os dois países com 87 pontos) e Noruega (84 pontos), e Singapura e Suécia (ambos com 83 pontos). No extremo oposto, os países com as piores avaliações pelo IPC de 2022 foram Somália (12), Síria e Sudão do Sul (ambos com 13) e Venezuela (14), todos estes envolvidos em conflitos prolongados. Clique AQUI para ver a avaliação geral dos 180 países!

 O IPC – Elaborado desde 1995, o IPC é composto por 13 pesquisas e avaliações de especialistas, produzidas por instituições reconhecidas internacionalmente. Para desenvolver o índice, a Transparência Internacional compila anualmente os resultados de perguntas destas pesquisas, que dizem respeito à percepção da corrupção no setor público dos países em diferentes aspectos. No caso do Brasil, o resultado teve como fonte oito destas pesquisas. Clique AQUI para fazer o download do relatório completo em PDF!

Neste ano, o relatório global do IPC destaca a relação entre os temas corrupção, conflito e segurança. Como explica o relatório lançado pelo Secretariado da Transparência Internacional, em Berlim, a corrupção diminui a capacidade do Estado de garantir paz e segurança a seus cidadãos. O enfraquecimento das instituições policiais e de defesa dificulta o papel do Estado de controlar seu território e prevenir ameaças de violência, incluindo o terrorismo. Ao mesmo tempo, a corrupção cria novos conflitos sociais – ou agrava os que já existem – ao minar a confiança nas instituições e desgastar a legitimidade do Estado. Países que tiveram a pontuação abaixo de 50 no IPC foram palco de 80% dos protestos contra corrupção e de 82% das respostas violentas contra os manifestantes. “O Brasil é um dos principais exemplos hoje no mundo de deterioração democrática e aumento de conflitos associados à corrupção. Confira AQUI a íntegra da Retrospectiva Brasil 2022!

Para reverter os graves retrocessos dos últimos anos e sinalizar possíveis caminhos futuros, a TI Brasil lançou a “Agenda de Transparência e Integridade – Propostas para o Quadriênio 2023-2026″. O documento traz 25 propostas consideradas cruciais para interromper a ingerência política e resgatar a autonomia de órgãos chave na prevenção e no combate à corrupção, ampliar e fortalecer o accountability nas instituições públicas, garantir transparência e o direito de acesso às informações públicas. Faça AQUI o download da Agenda de Transparência e Integridade da TI-Br

A TI-BR – A Transparência Internacional é um movimento global com um mesmo propósito: construir um mundo em que governos, empresas e o cotidiano das pessoas estejam livres da corrupção. A presença global da TI permite a defesa de iniciativas e legislações contra a corrupção e que entes públicos e privados efetivamente se submetam a elas. Trata-se de uma rede que, através da colaboração, possibilita a inovação e cria condições privilegiadas para desenvolver e testar novas soluções anticorrupção.

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