Se metade das empresas usarem a metodologia BIM – Building Information Modeling ou Modelagem de Informação da Construção – nos próximos 10 anos, projeta-se que a economia da construção civil brasileira crescerá 7%. A afirmação foi feita pelo diretor de Empreendimentos da VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., Washington Gultenberg de Moura Luke, ao palestrar no debate virtual do  Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (Ibraop). O evento foi transmitido ao vivo pelo Youtube e o vídeo ficará disponível no Canal do Ibraop – www.youtube.com.br/ibraoptv

De acordo com Luke, essa informação já diz o quão bom para o país será a adoção da metodologia BIM. “Um estudo recente da Fundação Getúlio Vargas [FGV] aponta que a produtividade da construção civil brasileira é quatro vezes menor que a de países como EUA, China e Rússia, e quase 50% menor que a média da economia nacional”, informou. A adesão à metodologia também é baixa: apenas 9,2% das empresas adotaram o BIM no Brasil. Mas segundo o palestrante, a tecnologia veio para ficar e as instituições vão ter que se adequar.

A implantação estratégica do BIM no Brasil foi iniciada em 2018, com a edição do Decreto Presidencial, e deverá terminar em 2028. “Foi idealizada com três marcos bastante importantes para esse período de 10 anos: em 2021, quando o uso da metodologia passa a ser utilizado nos projetos; em 2024, em projetos e durante a execução das obras; e em 2028,  em projetos, durante a execução e para a manutenção e operação da obra”, explicou. A expectativa é aumentar a produtividade das empresas em 10%, reduzir custos das obras em 9,7% e elevar em 28,9% o PIB da construção civil até 2028.

“Tenho a certeza de que o BIM vai se tornar obrigatório. Por enquanto ele é preferencial – precisa se justificar o porquê não está sendo usado. Acredito que os Tribunais de Contas vão exigir, com o passar do tempo, a utilização do BIM. Mais imediatamente, pelo menos, na fase de projeto da obra”, concluiu.

Washington Luke é relator do Grupo de Trabalho BIM Infraestrutura da Comissão de Estudo Especial (CEE-134/ABNT) e Coordenador Executivo da Frente Parlamentar BIM, em Brasília (DF). Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN/RJ), Engenheiro de Fortificação e Construção pelo Instituto Militar de Engenharia (IME/RJ) e, ainda, Mestre em Estruturas e Construção Civil pela Universidade de Brasília (UnB/DF) e com MBA em Governança Corporativa pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/DF).