Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas

“O Programa AdaptaCidades: Caminhos para a Resiliência Urbana” foi o tema da conferência de abertura do XXI SINAOP, ministrada pela diretora do Departamento de Políticas de Adaptação e Resiliência na Secretaria Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Inamara Santos Mello. O evento foi aberto nesta segunda-feira, dia 18 de agosto, e segue até o próximo dia 22, no auditório do TCE-AM, em Manaus.

O painel foi composto exclusivamente por mulheres, uma vez que a presidente do Ibraop, Adriana Portugal, foi a mediadora dos debates comandados pela auditora Éricka da Silva Cândido (TCM-GO), pela procuradora de contas Camila Parente Almeida (MPC-RJ) e pela conselheira substituta Milene Dias da Cunha (TCE-PA). “O Ibraop, por recomendação da ODS 5, um dos objetivos da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas [ONU], têm buscado a igualdade de gênero em seus eventos e em seus trabalhos. Temos muitas profissionais competentes em nosso meio, que precisam ter espaço de fala”, disse Adriana.

Inamara coordena o Grupo de Trabalho Temporário de Adaptação no âmbito do Comitê Interministerial de Mudança do Clima, que tem a tarefa de elaborar o Plano Clima Adaptação, documento que vai consolidar a agenda climática do governo brasileiro sob o eixo norteador da justiça climática.

Antes de dar início à sua apresentação, ela perguntou às debatedoras: “De que maneira você tem acompanhado a mudança do clima?”. Diante das respostas – e sendo o Brasil signatário tanto do Acordo de Paris 2015 quanto da Agenda 2030 da ONU – a palestrante disse ser visível o quanto a mudança climática já faz parte da realidade de todos nós, embora façamos muito pouco para mudá-la. “Se todos os países cumprissem as metas pelas quais se comprometeram, ainda assim nós estaríamos longe de conter o aquecimento global”, disse e completou: “Temos chuvas extremas de um lado e a intensificação das secas e ondas de calor do outro”.

De acordo com o relatório mais recente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC 2013), apenas na última década, 84,5% dos municípios e 324,6 milhões de brasileiros foram afetados pelas mudanças climáticas, que danificaram 1,7 milhão e destruíram 293 mil moradias, causando 455,5 bilhões em prejuízos e danos materiais. “A proporção, frequência e magnitude dos desastres tem aumentado todos os anos”, informou Inamara, ao demonstrar o impacto das chuvas severas e as tendências sobre a mudança do clima no Brasil.

Nosso país é o sexto em emissão de gases de efeito estuda e, segundo a agenda nacional de mitigação, possui a meta de reduzir a emissão de gás carbono, entre 59% e 67% até 2035, e neutralizá-la, até 2050. A agenda de adaptação é muito mais complexa por esbarrar em diversos desafios, tais como as desigualdades socioeconômicas, a segregação socioespacial nas cidades, o nível de acesso a serviços básicos e a marginalização por gênero, raça e etnia da população no país.

“A partir da vulnerabilidade verificada no Brasil, entendemos a necessidade de construir uma agenda norteada pelo conceito da justiça climática, que considera não só a questão ambiental, mas também os direitos humanos e sociais, uma vez que a mudança do clima afeta ainda mais os mais pobres”, explicou Inamara, antes de enumerar os 9 objetivos nacionais do Plano Clima. São 16 planos setoriais e temáticos ao todo, com destaque para a infraestrutura nas áreas de Cidades, Energia, Transportes e Recursos Hídricos, totalizando 726 ações.

Clique AQUI para acessar a íntegra da apresentação!

A palestrante fez apontamentos sobre cada uma dessas áreas e encerrou sua fala agradecendo o espaço concedido para sua apresentação. “Há um longo caminho a ser percorrido. A ousadia desse projeto é grande, é desafiadora. Mas é absolutamente necessária”, concluiu.

Apresentação da AMARN

A Conferência de Abertura do XXI SINAOP contou, ainda, com um ritual de proteção ministrado por seis representantes da Associação de Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro, a AMARN.

De acordo com elas, o canto entoado “reverenciou a ancestralidade carregada no ser da mulher, transmitindo a espiritualidade que conecta com o universo”. O objetivo foi dar as boas-vindas aos participantes do evento, trazendo o sentimento de paz, alegria, felicidade e proteção.

Através do artesanato, essas mulheres não apenas garantem o sustento de suas famílias, como também preservam e disseminam suas ricas tradições e culturas. Clique AQUI e conheça um pouco desse lindo trabalho!

 

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