Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas

“Uso de metodologia BIM, sem bons profissionais, não garante resultados”, diz auditor do TCE-SC em debate virtual

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O resultado de auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE-SC)  em obras que se utilizaram da metodologia BIM (Building Information Modeling ou Modelagem de Informação da Construção) foi apresentado durante o debate virtual organizado pelo Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas no último dia 30. O vídeo do evento já está disponível pelo canal do Youtube do Ibraop – www.youtube.com.br/ibraoptv

As obras dos Centros de Inovações de Santa Catarina, de acordo com o auditor fiscal de Controle Externo do TCE-SC, Matheus Lapolli Brighenti, foram as primeiras do Estado em que a tecnologia BIM foi utilizada. De acordo com o auditor, 13 projetos foram contratados, onde apenas oito saíram do papel. Em quatro deles, as obras começaram em 2014, foram suspensas em 2015 por problemas graves no projeto e retomadas em 2018, ainda com erros. Em três, as obras foram iniciadas em 2015 e, até 2020, não haviam sido entregues. Apenas um Centro de Inovação estava em operação quando a auditoria foi realizada.

“O que mais chamou nossa atenção foi a quantidade de aditivos nos contratos, exatamente o que a metodologia BIM busca diminuir, e, claro, os atrasos”, disse Brighenti. Entre os problemas encontrados, segundo o auditor, haviam erros grosseiros de quantitativos e diversas alterações foram feitas no projeto no decorrer das obras. “Houve, por exemplo, a ausência de quantitativo de cerâmica da prumada inteira de um banheiro. Fizemos as contas e supomos que, na hora de quantificar, o projetista não multiplicou [o número de banheiros do projeto] por dois. Erro, portanto, humano que comprometeu o orçamento”.

Em sua apresentação, Matheus Brighenti, concluiu que o BIM é um software que, sem bons profissionais, não garante um bom resultado e não resolve os problemas de uma obra. “O uso dessa tecnologia não elimina as etapas de planejamento e fiscalização das obras, pelo contrário, vai fortalecer. Não é porque o projeto é bonito que ele tem qualidade”, frisou.

Matheus Lapolli Brighenti é engenheiro civil, graduado pela UDESC e mestre em Engenharia Civil pela UFSC com ênfase em estruturas. Possui 10 anos de atuação na área de projetos, execução de galpões industriais em estrutura metálica e pré-moldados de concreto.

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