A drenagem urbana, que é a forma de resolver o problema de águas pluviais nas cidades, tinha como objetivo até bem pouco tempo apenas de fazer com que as chuvas fossem drenadas o mais rapidamente possível para os esgotos. Esse foi o foco da palestra de Everton Sérgio Schmaltz, engenheiro-chefe de Projetos Estruturais da Empresa de Saneamento de Goiás (Saneago) e presidente do complexo Dermu/Compav, durante o Enaop 2017, promovido pelo TCE-GO.

Nas rodovias, a drenagem é mais fácil de ser aplicada, mas nas cidades exige-se uma técnica mais apurada de impermeabilizar o solo. Antes bastava a pavimentação asfáltica e canalizar córregos o máximo possível, para que a água da chuva, uma vez no solo, fosse afastada da cidade rapidamente. Quando as cidades não eram tão grandes, esta técnica funcionava razoavelmente bem. Na medida em que foram surgindo grandes áreas urbanizadas ao longo de córregos, os efeitos nocivos da prática começaram a ser notados.

O engenheiro usou como exemplo o córrego Botafogo, na região central de Goiânia, com um grande passivo ambiental decorrente de inadequado planejamento estrutural de mais de 40 anos. Para Everton, “o primo pobre do saneamento básico é a drenagem urbana“. Outro ponto levantado pelo palestrante é o problema do esgoto clandestino que é jogado nas galerias pluviais e que contamina o lençol freático. “Este é um passivo ambiental que todas as cidades do Brasil possuem, são microdrenagens mal-projetadas”, disse.

A impermeabilização do solo faz com que diminua a infiltração da água da chuva e, desta forma, aumente o volume de escoamento superficial causando acumulo de água, lixo, erosão de solo, inundação com perda de bens móveis, assoreamento do leito de rios, entre outros inúmeros fatos.

O palestrante finalizou destacando a consciência ambiental para a boa qualidade de obras públicas e a melhora da qualidade de vida humana e convocou os participantes do Enaop a se alertarem para a importância de um bom projeto de drenagem.